Em relação ao Enem, as mudanças no ensino médio só vão produzir reflexos a partir de 2019. O Ministério da Educação também está fazendo uma consulta pública pela internet sobre outras propostas de modificação no exame.
É o assunto do momento para quem está se preparando para o Enem. A enquete quer saber se o exame deve ser mantido em dois dias com 90 questões por dia e a redação ou se a prova deve ser realizada em um único dia, com cem perguntas, mais, a redação.
“Se tiver só um dia de prova vai ser melhor. Vai ser mais cansativo no dia, mas vai ser só um dia e esse dia vai te avaliar como um todo”, afirma o estudante Rafael Cobucci.
“Eu prefiro do jeito que está. No sábado e no domingo direto, eu acho que é mais fácil”, diz o estudante Matheus Magalhães.
A segunda pergunta é um complemento da primeira. Caso o Enem seja em dois dias, se o ideal seria no domingo e na segunda; ou em dois domingos seguidos; ou em um fim de semana, como é hoje.
Além dos dias de prova, quem responde à consulta também é questionado sobre o uso da tecnologia no Enem. A pesquisa quer saber se o teste deve ser feito no computador.
“Fui a favor por causa desses casos de gente que tem algum tipo de deficiência talvez. Aí poderia abranger um maior tipo de participantes”, acredita a estudante Izabela Paiva.
“Pode dar muita fraude, que já é comum na prova física. Acho que se levar para o computador pode ser pior”, ressalta a estudante Ana Luiza Baptista.
A consulta ainda deixa um espaço para sugestões. Não precisa ser estudante ou professor para participar. Basta dar o nome, um endereço de e-mail e CPF.
“Eu acho interessante, porque é uma forma democrática você perguntar pros alunos o que eles pensam sobre o vestibular que é mais esperado no Brasil inteiro”, diz a estudante Giulia Braga Vale.
Para Rudá Ricci, sociólogo e especialista em educação, a pesquisa deveria abordar outros temas.
“O Enem hoje está atrasado do pondo de vista da formulação das questões. Ele não consegue falar do mundo real. Então eu estou de fato selecionando aqueles que estão mais preparados para enfrentar a escolha de uma profissão? Ou na verdade eu faço isso apenas para privilegiar os professores que dão aula pra ele?”, diz o sociólogo.
O Ministério da Educação diz que todas as sugestões serão levadas em conta.
“Está em discussão técnica, porque a gente precisa balizar o exame no equilíbrio. Para que a gente possa medir o nível de conhecimento de cada um que se candidata ao Enem, dentro de um equilíbrio técnico adequado, a partir de avaliações do próprio Inep e de consultores que atuam em exames semelhantes em todo o mundo”, aponta o ministro da Educação, Mendonça Filho.
O MEC afirma também que as possíveis mudanças no Enem não têm como objetivo reduzir os custos do exame. Por enquanto, os estudantes não sabem o que irá mudar, mas têm uma certeza.
“Independente da decisão que eles tomarem, a gente tem que se preparar”, afirma o estudante Rafael Cobucci.
Fonte:G1