A Magna Charta da Juventude Idente propõe pontos de referência para as políticas educacionais
No aniversário de 25 anos da queda do Muro de Berlim, cerca de 150 jovens de 24 países da Europa, África, América e Ásia se reuniram de 9 a 14 de agosto para debater na capital alemã sobre o tema “Educação: a caminho de uma nova civilização”. O objetivo é aprovar o manifesto “Magna Charta dos jovens na escola da esperança”, apresentado na Universidade Humboldt. Cerca de cinco mil jovens trabalharam durante dois anos no projeto.
Trata-se de jovens pertencentes ao Parlamento Universal da Juventude, um fórum mundial e ecumênico criado em 1991 por Fernando Rielo, fundador do instituto religioso de direito pontifício Missionárias e Missionários Identes. Convocado pela organização internacional Juventude Idente, o evento reúne jovens de todos os países, culturas e religiões para estudarem e proporem os temas que mais os preocupam.
O manifesto ou Magna Charta aprovado em Berlim tem um proêmio voltado aos diversos agentes educativos (pais, professores, políticos, meios de comunicação e sociedade civil) e apresenta em seguida seis pontos: Constatação da situação educativa atual; O que é educar?; Com que civilização sonhamos?; Educar-nos na fraternidade; Educar para a esperança e Construir lares, escolas e espaços de esperança.
Os jovens definiram a educação como um processo de formação integral e de aperfeiçoamento da pessoa em todos os seus níveis (corporal, psíquico e espiritual), que parte da sua riqueza pessoal e do seu legado cultural, que a ajuda a crescer em valores, em liberdade e em responsabilidade e que deve durar a vida toda. Eles detectaram as carências dos sistemas e entornos educativos atuais, movidos pela competitividade e pela despersonalização, e propuseram ações para que a educação forme pessoas integrais e comprometidas com o bem comum, com a fraternidade e com a paz, a partir da esperança e da confiança mútua entre as pessoas, tendo Jesus Cristo como modelo.
Em sua mensagem aos jovens parlamentares, o presidente da Juventude Idente e da obra missionária, pe. Jesús Fernández Hernández, declarou que a cultura atual substitui a educação integral por um excesso de informação que propicia a negação de Deus e da pessoa, além de fomentar o individualismo e o egoísmo. Hernández recordou ainda as palavras do papa Francisco em 5 de julho, quando ele encorajou os jovens italianos a ficarem abertos à esperança e ao desejo de plenitude, escolhendo o caminho da serenidade e da realização humana. Para eles, é preciso percorrer o caminho de uma nova civilização e não se perder em uma sociedade que não sabe para onde vai.
O último encontro mundial da organização tinha acontecido em agosto de 2010 na sede da ONU em Nova Iorque, onde o fórum aprovou a Magna Charta de valores para uma nova civilização. Na ocasião, o tema foi a educação na esperança como motor para o desenvolvimento integral da pessoa e para a construção de uma sociedade baseada na fraternidade e na paz, tendo Jesus Cristo como referência dos valores mais elevados.
Na solene sessão deste último dia 14 de agosto, na Universidade Humboldt de Berlim, participaram o vice-presidente da Juventude Idente Internacional, Luis Casasús Latorre; a embaixadora da Bolívia, Elizabeth Cristina Salguero; a diretora da Cáritas Berlim, Ulrike Kostka; a diretora de Educação da arquidiocese de Berlim, Bettina Loklair; o conselheiro para Assuntos Europeus da Embaixada da Espanha, Ricardo Sánchez-Blanco, e um representante da Associação do Povo Chinês para a Amizade com os Povos Estrangeiros, Yu Shunji, associação que participou no Parlamento com vários jovens. Também estiveram presentes o responsável pelas Relações Públicas da Embaixada dos Estados Unidos, Sam Meyers; a responsável em Berlim pelo Diálogo entre as Religiões, Anika Senders, e Christoph Lehmann, da Ação Pró-Religião e vice-presidente da Associação de Pais da Alemanha.
O próximo passo do Parlamento Universal da Juventude é divulgar a Magna Charta dos jovens na escola da esperança nos âmbitos político, social e religioso de cada país, para que o texto se torne um marco de referência para as políticas públicas educativas e sirva de inspiração para todos os agentes envolvidos na educação.
Fonte: ZENIT