O Seminário de Gestão da ANEC reuniu palestrantes, especialistas e educadores para discutir assuntos de educação básica e gestão de mantenedoras sob diversas óticas. A palestra de abertura foi realizada pelo Dr. Rony Ahlfeldt, diretor-geral do Colégio Marista de Brasília e Professor da Escola de Negócios da PUC-PR, que discutiu a Gestão do Currículo e Lei do Ensino Médio: interface da educação básica e do ensino superior com foco na educação humanizadora e solidária.
No primeiro dia, o tema geral foi gestão da educação básica: currículo, formação docente, tendências e oportunidades. Dentro dessa perspectiva, a Dra. Lucina Allan, diretora técnica do Instituto Crescer, trouxe uma discussão sobre a Era da Inteligência Artificial e uma “antropologia ecológica”, questionando como educar os alunos para conviver com essas transformações do século 21. “A Escola é o espaço onde vamos formar o sujeito para encarar o futuro. Nossas escolas terão que formar pessoas que sejam capazes de sobreviver num futuro que a gente ainda não sabe o que vai ser”, destaca a Dra. Luciana.
No período da tarde, o prof. Francisco Angel Morales também abordou as possibilidades trazidas pela tecnologia e as mudanças necessárias para fortalecer as instituições de ensino. “Somos nós que fazemos a realidade”, afirmou. Sua palestra destacou 8 princípios para uma escola católica pronta para o futuro: Identidade, Motivação, Gestão, Perspectiva, Carisma, Abertura a mudanças e Diálogo.
Em uma sala temática, a prof.ª Aline Moraes Ximenes entrou em um tópico mais específico, no qual se especializou: a Educação Inclusiva. Fazendo uso de dinâmicas de grupo e casos de seu dia a dia profissional, ela apresentou o tipo de cuidados que educadores devem ter com alunos portadores de necessidades especiais. “Inclusão não é só deixar o aluno no meio da sala. Inclusão é tornar esse aluno um agente ativo na aula”, frisou.
O último convidado do dia foi Cesar Callegari, presidente da Comissão de Elaboração da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Em sua apresentação, ele descreveu o histórico da BNCC e suas etapas de consolidação, dando atenção às definições do que o documento é e não é. “A Base não é currículo. É um conjunto de referenciais para escolas e redes de ensino definirem seus currículos. Ela não deve ser tomada como um modelo obrigatório”, pontuou Callegari.
Sua palestra também entrou em questões como tecnologia e Ensino à Distância (EaD). Posicionando-se contra a implementação universal da EaD para todo o ensino básico, Callegari refletiu: “As tecnologias devem estar à favor da escola, e não tentar substitui-la”. O especialista ainda acrescentou que, para o sucesso da BNCC, é necessário focar na formação continuada de professores e pedagogos, e se disse privilegiado por conhecer e trabalhar com escolas católicas.
O segundo dia do Seminário teve início com uma oração apresentada por alunos do Colégio São Francisco de Assis. O tema foi Gestão Educacional: Riscos, Tendências e Oportunidades na Educação.
Neste âmbito, os avanços tecnológicos voltaram a ser pauta na primeira palestra do dia, ministrada pelo prof. Leandro Henrique de Souza. Seu foco foi o futuro da educação em um mundo que se encaminha para a digitalização e a desmaterialização.
Na sequência, dois painéis deram destaque a um dos aspectos mais importantes da educação: a gestão das instituições de ensino.
O advogado Thiago Carvalheiro Criscuolo abordou a questão pelo ângulo do direito de imagem de professores e alunos, que se tornou uma questão polêmica, dos pontos de vista legal e ético, com a exposição gerada pelas redes sociais. Sua apresentação também abordou as leis referentes ao bullying e à inclusão de alunos com deficiência, com atenção ao papel e aos deveres da escola para esses casos.
Já a outra mesa temática, ministrada por Robson Ramos, teve como foco as transformações que a era digital impõe sobre a gestão das instituições de ensino. “A informática e a tecnologia é um meio, como todo meio, ela pode ser usada tranquilamente pelas nossas organizações católicas. Não é preciso perder os princípios”, opina. Ramos também defende que as tecnologias sejam usadas para melhorar a aprendizagem: “A pergunta principal que temos de fazer é: a gente vai mudar para que e como? Temos que pensar no ser humano que está lá, o nosso aluno”.
No período da tarde, o tema inicial foi o Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (CEBAS), idealizado para ofertar bolsas de estudo e promover a inclusão social. A palestra informativa contou com as falas de Vanda Monteiro Ribeiro, do Grupo de Trabalho (GT) de Assessores da ANEC Nacional e da ANEC/SP, e do prof. Cyrenio S. Camargo, Coordenador do GT ANEC/SP e membro do GT ANEC Nacional.
Os dois painéis que encerraram o Seminário em São Paulo trataram de dois tópicos distintos e importantes para a gestão das escolas: os impactos da Reforma Trabalhista nas rotinas das instituições de ensino, em palestra do especialista em contabilidade do Terceiro Setor Paulo Canosa; e a gestão estratégica de marketing para captação e retenção de alunos, tema apresentado por Daniela Vasconcelos, Coordenadora de Comunicação e Marketing do Centro Salesiano de São Paulo (UNISAL), e Nilson Leis, Doutor em Economia.
Depois da passagem pela capital paulista, o Seminário segue para Belo Horizonte (na Faculdade Frassinetti do Recife – FAFIRE) em 23 e 24 de abril e para Recife (na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC Minas) nos dias 25 e 26 de abril. A programação está disponível no link: http://anec.org.br/seminariodegestao
O Seminário de Gestão é patrocinado pela International School, pela Life Intercâmbios, pela FTD Educação e pela School Picture.