O Brasil reduziu em 4,3 pontos percentuais o número de analfabetos de 2001 a 2014. É o que aponta a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2014, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta sexta-feira, 13. A taxa de analfabetismo entre brasileiros com 15 anos ou mais foi estimada em 8,3%, o que significa, de acordo com o IBGE, 2,5 milhões de pessoas analfabetas a menos, em relação a 2001.
Em entrevista coletiva realizada em São José dos Campos (SP), o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, destacou que o desafio é a alfabetização dos brasileiros maiores de 60 anos. De acordo com a pesquisa, 23,1% dos analfabetos estão nesta faixa etária. Esse percentual caiu 1,3 pontos em relação a 2012.
“O analfabetismo se concentra especialmente na população com mais de 60 anos e, sobretudo, na área rural, concentrado no Nordeste, no semiárido do Brasil”, disse. “Nosso maior desafio é incentivar o trabalhador pobre, de mais idade, a voltar a estudar”, explicou Mercadante.
O ministro também destacou o avanço que o país vem obtendo na alfabetização de jovens entre 15 e 19 anos, faixa que tem o índice de analfabetismo de 0,9%. “Em 20 anos, nós praticamente erradicamos o analfabetismo no Brasil”, afirmou.
De 2004 a 2014, a região Nordeste teve a maior redução do analfabetismo, em 5,8 pontos, passando de 22,4% para 16,6% de sua população, mas ainda é a região com o maior número de analfabetos. A região Norte teve uma redução de 4 pontos, de 13% para 9%; o Centro-Oeste, 2,7 pontos (de 9,2% para 6,5%), o Sudeste, 2 pontos (6,6% para 4,6%) e o Sul, de 1,9 ponto (de 6,3% para 4,4%).
Mercadante destacou que a média de anos de estudos aumentou de 2004 até o ano passado, passando de 6,5 anos para 7,7 anos em média. As mulheres têm, em média, 8 anos de estudo, enquanto os homens tem 7,5 anos.
De acordo com o estudo, a taxa de escolarização apresentou avanços significativos, principalmente na faixa de crianças de 4 a 5 anos de idade, em que avançou de 81,4% em 2013 para 82,7% em 2014. O desafio ainda persiste na faixa de 15 a 17 anos, onde o indicador se manteve estável no período, permanecendo em 84,3%. “Nós vamos ter que discutir o ensino técnico e profissionalizante junto com o ensino médio. Muitos jovens estão indo mais cedo para o mercado de trabalho, o ensino médio tem que abrir uma perspectiva no ensino técnico”, concluiu.
Fonte:MEC