Projeto pioneiro contribui para elevar a ciberinfraestrutura de fortalecimento da pesquisa no Brasil
O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/ MCTI) inaugurou, em Manaus (AM), o primeiro Centro de Dados Compartilhados (CDC) para computação em nuvem do País. O projeto contribui para elevar a ciberinfraestrutura de fortalecimento da pesquisa no Brasil.
“Estamos agora implantando o serviço de nuvem computacional. Ao longo do tempo novos centros de dados, localizados em qualquer parte do País, vão permitir um maior compartilhamento de informações entre a comunidade de pesquisadores e professores e alunos em todo o país e vão garantir a replicação de acervos de dados fundamentais mantidos em diversos laboratórios em todo o país através da infraestrutura compartilhada e redundante que a nuvem oferece”, explicou o diretor de Serviços e Soluções da RNP, José Luiz Ribeiro.
O CDC é uma iniciativa dos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), da Educação (MEC), coordenada e operada pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), em parceria com instituições de ensino e pesquisa.
O projeto piloto contempla os Centros de Dados Compartilhados (CDC) em Manaus e Recife. A ideia é atender de forma escalonada e crescente as demandas por recursos computacionais baseados nas atuais tecnologias de computação em nuvem.
Segundo informações do Inpa, a computação em nuvem têm impactado as atividades de colaboração da comunidade acadêmica no Brasil, através de uma arquitetura em nuvem que começa a ser disponibilizada no Brasil pela RNP. Os sistemas instalados pela Huawei representam uma nova fase para a educação nas regiões Norte e Nordeste. No total, serão mais de mil servidores disponíveis à comunidade científica, com capacidade de armazenamento de toda a estrutura de 0,5 petabite.
“O MCTI considera estratégico a modernização da infraestrutura cibernética do Brasil para as atividades de desenvolvimento científico e tecnológico. Dentro dessa perspectiva, a instalação do datacenter de Manaus representa um passo concreto para ampliar os serviços de computação em nuvem para os estudantes, professores e pesquisadores de várias áreas da ciência. Os recursos de armazenamento e processamento do datacenter de Manaus estarão disponíveis às universidades e institutos de pesquisa de todo o País, por meio da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa”, destaca o secretário de Política de Informática, Virgílio Almeida.
O objetivo é oferecer serviços de armazenamento, processamento e distribuição de conteúdo digital, no contexto do Inpa, informações sobre a biodiversidade, clima e ambiente assim como componentes da dimensão humana na região, incluindo software, dados, imagens e vídeos para instituições de ensino e pesquisa no Brasil.
Aplicações
Os Centros de Dados Compartilhados podem ser usados em diferentes áreas: na saúde, permitindo o armazenamento de imagens de cirurgias em Ultra Alta Definição 4K, produzidas pela Rede Universitária de Telemedicina; na cultura, para preservação e acesso ao acervo do conteúdo audiovisual nacional, como os filmes do Canal 100, sobre o futebol brasileiro, mantido pela Cinemateca Brasileira, além de várias coleções históricas e materiais; na ciência, para o monitoramento do meio ambiente e a biodiversidade; e na gestão e desenvolvimento de Tecnologia e Inovação, para o acesso a indicadores, plataforma de periódicos científicos e sistemas de avaliação.
“O crescente volume de dados produzidos sobre a Amazônia em todas as áreas do saber associado à necessidade de processamento mais robusto de dados e à proteção das informações eletrônicas fazem do CDC uma ferramenta vital para o avanço da Ciência brasileira”, destacou o diretor do Inpa, Adalberto Val. “Eu diria que nós vamos multiplicar por algumas vezes a nossa capacidade de fazer a segurança desses dados com esta estrutura”, completou.
Dentre os benefícios do projeto CDC destacam-se a redução da fragilidade de várias instituições de ensino e pesquisa em hospedar um grande volume de informações e aplicações vitais como bases de dados científicas; a redução de custos de hardware, software e recursos humanos para as instituições usuárias; o aumento da agilidade e flexibilidade na utilização de capacidade computacional para processamento e armazenamento de dados; o aumento da capacidade de preservação digital das informações e dados compartilhados, por meio da replicação dos dados em ambiente seguro em território nacional; e o aumento da disponibilidade e segurança das informações para os pesquisadores, professores e alunos.
O Projeto dos Centros de Dados Compartilhados será essencial para a comunidade acadêmica brasileira por aumentar a interação entre as instituições de ensino e pesquisa em todo o País, promovendo a troca de conhecimentos e experiências entre docentes, discentes, estudiosos e pesquisadores; facilitar a análise de documentos e conteúdos; acelerar o processamento de informações e desenvolvimento de ferramentas de TI e outras soluções para o ensino e a pesquisa.
Em Manaus, foram instalados dois contêineres e em Recife serão outros três. O custo de operação das estruturas está estimado em R$ 5 milhões. O MCTI e MEC investiram R$ 6,5 milhões para trazer os equipamentos e montar a estrutura.
Histórico
A crescente utilização no mercado e as vantagens apresentadas pelas tecnologias de nuvem levaram o MCTI e o MEC a adotá-las na infraestrutura de TIC para o suporte ao ensino e pesquisa no Brasil.
Um dos elementos essenciais para oferta de serviços de computação em nuvem no Brasil é a implantação e operação de “datacenters”. Com esse objetivo, nasceu uma proposta de parceria com a Huawei durante a visita da presidente Dilma Roussef à China, em abril de 2011, que resultou na doação de dois datacenters ao Brasil. Estes equipamentos serão operados pela RNP.
Inicialmente, o Projeto CDC vai implantar dois centros de dados compartilhados por meio de parcerias com instituições de pesquisa como o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, INPA, localizado em Manaus, e de ensino superior, como o Instituto Federal de Pernambuco, IFPE, de Recife.
Sobre a RNP
Qualificada como uma Organização Social (OS), a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) é ligada ao MCTI, responsável pelo Programa Interministerial RNP, que conta com a participação dos ministérios da Educação (MEC), da Saúde (MS) e da Cultura (MinC). Pioneira no acesso à internet no Brasil, a RNP planeja e mantém a rede Ipê, a rede óptica nacional acadêmica de alto desempenho.
Com Pontos de Presença em 27 unidades da federação, a rede tem mais de 800 instituições conectadas. São aproximadamente 3,5 milhões de usuários usufruindo de uma infraestrutura de redes avançadas para comunicação, computação e experimentação, que contribui para a integração entre o sistema de Ciência e Tecnologia, Educação Superior, Saúde e Cultura.
Fonte: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia