Desde 2014, aumenta o fluxo de estudantes brasileiros que usam a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para estudar em instituições portuguesas de educação superior. Fundada em 1290, por Dom Dinis I, sexto rei de Portugal, a Universidade de Coimbra (UC), a mais antiga daquele país, foi a primeira a aceitar o Enem e está entre os principais destinos dos estudantes brasileiros.
A exigência para se candidatar é o estudante ter obtido, pelo menos, 600 pontos no exame, mas o peso varia de acordo com a área de conhecimento. Em 2014, foram aceitos pela universidade 100 estudantes brasileiros. Em 2015, foram 192. O prazo para concorrer às vagas de 2016 já está aberto. São ofertadas 470 vagas em 35 cursos de licenciatura e dez em mestrado integrado com a graduação.
Direito, engenharia civil, sociologia, economia, arquitetura e relações internacionais são os cursos mais procurados. Em razão da demanda, medicina é o único curso no qual a Universidade de Coimbra não abre vagas para estudantes brasileiros. Outras dez instituições portuguesas, além de Coimbra, aceitam a nota do Enem.
Os interessados em estudar nas universidades lusas que tenham feito o Enem nos últimos três anos devem ficar atentos ao calendário de inscrições. Geralmente, são abertos três períodos de candidaturas a cada ano. Na Universidade de Coimbra, a primeira candidatura será encerrada em 11 de janeiro de 2016. Os candidatos que perderem o prazo podem se inscrever entre 1º de fevereiro e 15 de março, ou entre 13 de junho e 13 de julho. É necessário o acesso às páginas das universidades na internet para verificar se a pontuação obtida no Enem é suficiente para o curso pleiteado.
Qualificação — Em razão dos laços históricos com o Brasil, a Universidade de Coimbra, que recebe estudantes brasileiros desde o período colonial, abriu possibilidades para aqueles bem classificados no Enem ingressarem na graduação sem a necessidade de exames adicionais. “Observamos, principalmente com o programa Ciência sem Fronteiras, que estudantes brasileiros vinham com qualificação para nossos cursos”, explica o reitor da Universidade de Coimbra, João Gabriel Silva. “Houve um estudo das características do Enem, estabelecemos um patamar, de 600 pontos, e estamos satisfeitos, tem tudo corrido bem.”
A não existência da barreira linguística serve de estímulo à mobilidade dos estudantes brasileiros e à adaptação à cultura portuguesa. Somente a Universidade de Coimbra tem, em média, 10 mil estudantes brasileiros matriculados em seus cursos, da graduação à pós-graduação.
A consulta às vagas pode ser feita na página da Universidade de Coimbra na internet.
Custos — Ao contrário das universidades públicas do Brasil, a graduação nas instituições portuguesas é paga. Para alunos estrangeiros, são dez parcelas de 700 euros [R$ 3.045, em cotação desta quarta-feira, 30] por ano. As taxas para admissão somam de 115 euros [R$ 500,25]. A inscrição, no entanto, só é efetivada após o pagamento adiantando de três das dez parcelas. Os estudantes portugueses são subsidiados pelo Estado português e desembolsam, anualmente, mil euros [R$ 4.350].
Fonte: MEC