No dia 18 de abril comemoramos o Dia Nacional do Livro Infantil. Nessa data homenageamos o mais ilustre dos nossos escritores de livros infantis: Monteiro Lobato. Ele escreveu muitas obras para adultos, mas quando se permitiu escrever para crianças, deslumbrou-se com um universo encantado e até disse: “A mim me salvaram as crianças.De tanto escrever para elas, simplifiquei-me”.
Outro autor muito querido pelas crianças, Ziraldo, afirmou “Ler é mais importante que estudar. Só quem lê pode discernir, escolher”. Ninguém nasce sabendo ler, mas à medida que vamos percebendo o mundo, vamos aprendendo e fazemos isso de diversas maneiras: o bebê sente o cheiro e o calor da mãe e já abre a boquinha procurando leite. Vamos crescendo e percebendo sons, cheiros, símbolos e letras.
Estimular os sentidos é a melhor estratégia de preparação para a leitura e hoje contamos com muitos livros especialmente direcionados para isso. O formato do livro infantil é muito atraente e encanta tanto os pequenos quantos os pais, avós, professores e profissionais de biblioteca. Devemos apresentar às crianças a maior variedade possível de livros em relação a formatos e conteúdos.
Entre os 3 e 6 anos, prevalecem as histórias relacionadas aos animais, à natureza, contos de fadas, narrativas repetitivas e acumulativas (D. Baratinha, Os três porquinhos, etc.) e livros sensoriais. A partir dos 7 anos, se manifesta o interesse por aventuras no ambiente próximo – família, comunidade – vinculadas à realidade. Entre 9 e 10 anos, a criança se aproxima de enredos mais elaborados, histórias humorísticas, narrativas de viagens, explorações, invenções, mitos e lendas.
A história contada ou lida deve ter o objetivo de agradar e não de cobrança e imposição de hábito. E, tanto em casa quanto na escola, não se devemos ficar “remoendo” a mensagem do livro, pois cada um sente e absorve o texto conforme suas vivências e necessidades.
Não é só a criança que é dona do “mundo da imaginação”. O adulto também circula nesse mundo com muito mais facilidade, principalmente se, quando criança, “viveu” em castelos, cavernas, florestas encantadas, outros planetas. Será que pais sonhadores, criativos e bem humorados são frutos das histórias encantadas? É um círculo vicioso que não se deve quebrar.
Vivemos hoje em uma era de tecnologia e necessidade de comprovação científica para tudo. Os livros e jogos infantis também estão em meios multimídia. Constantemente vemos crianças manuseando, e muito bem, celulares, tablets e computadores.
Há lugar para a tecnologia e para o livro. Os adultos e também a escola são responsáveis de dosar e estimular o uso. Pense em um alimento que você gosta muito. Você viveria saudável só comendo um determinado alimento porque é o que gosta? Tudo é equilíbrio. A novidade sempre desperta atenção, mas o prazeroso é repetido. O livro – sobretudo o infantil – não se transferirá totalmente para o suporte eletrônico nem tampouco vai acabar.
Por Helena Moreno Zorman, bibliotecária do Colégio Marista Maringá, do Grupo Marista.