Ao dar continuidade as palestras simultâneas iniciadas ontem (16), o terceiro dia do Congresso Nacional de Educação Católica traz na programação discussões acerca das tendências da Educação Básica e Ensino Superior no Brasil. O objetivo é antever os desafios e oportunidades do ensino brasileiro nos anos a seguir.
Educação Básica
Para o palestrante e conferencista, prof. Dr. César Nunes, Congresso é sempre um momento de concentração de esforços, de proposta e possibilidade de otimização de energias para um fim comum. “Nos congressos revitalizamos nossas esperanças, redimensionamos nossos horizontes, aparamos arestas, reconhecemos erros e contradições, e nos colocamos em marcha, juntos, unidos, esclarecidos, motivados e mais fortes”, afirma Nunes.
Com palestra divertida, Nunes narrou um pouco da experiência inicial dele na escola, e no decorrer foi apontando alguns pontos nos quais os educadores precisam mudar pois, segundo ele, o tratamento dado ao aluno influencia em toda a vida escolar e pessoal dele. Nunes disse que a escola como tradição é fundamental para que ela tenha raízes e pertencimento carismático, para que assim ela possa ser a instituição que é. Contudo ele explica que tradição não é tradicionalismo. “Não se pode cultivar o passado sem compreender a transformação, o passado é para inspirar, compreender o presente e preparar-se para dinâmica histórica do futuro”, afirma.
Em diversas afirmações Nunes diz que a educação é uma prática cristã e que todo mundo é capaz de aprender alguma coisa. O que educa, de acordo com ele, é o amor e o exemplo. Para ele é preciso resgatar a afetuosa e generosamente as primícias da filosofia e da pedagogia cristã. “A pedagogia cristã diz que todo mundo é capaz de aprender todas as coisas, o saber não está na alma, está no método e na relação pedagógica”, diz.
Antes de finalizar Nunes disse que é preciso de uma ressignificação da prática, do projeto politico pedagógico. O Plano Nacional de Educação (PNE), segundo ele, é a ponta da pirâmide, a segunda etapa é o Plano Estadual de Educação, o terceiro é o Plano Municipal, porém a base da pirâmide é o Projeto Politico Pedagógico de uma congregação e de uma escola. Ao concluir a palestra Nunes deixou como mensagem aos educadores a letra da música “Tente Outra Vez” de Raul Seixas.
Ensino Superior
Reitor da Universidade Estácio de Sá (RJ), Ronaldo Mota, apresentou ao público presente no auditório do Tuca, nessa sexta-feira (17), as tendências do Ensino Superior no Brasil, antevendo o futuro com novas posturas educacionais no campo da tecnologia digital.
Para Mota o que caracteriza esses novos tempos é que não há local onde exista uma receita da melhor prática de ensinar, tudo tem que ser construído. “Precisamos estabelecer relações, sejam elas presenciais ou virtuais. Podemos e devemos estabelecer trabalhos cooperativos estimulando essa interação, fazendo com que o educando e educadores possam buscar nas plataformas digitais recursos para alimentar as discussões”, diz.
Mota destaca que o educador precisa estar aberto ao novo para investigá-lo e ver o que ele representa para o conhecimento e para a aprendizagem.
Os participantes da palestra compartilharam as buscas de soluções e inovações que ultrapassam as barreiras de sala de aula. Garantir qualidade é o grande desafio que estamos começando a aprender em uma trilha que está bem no seu começo, disse Mota.
No período da tarde foi iniciado os fóruns de discussões expostos por meio de cases, que são os relatos de experiências reais das Associadas da ANEC que, pela sua originalidade, aplicabilidade e resultados, merecem ser compartilhados com todas as associadas da associação. Eles refletem experiências reais e são apresentados pelas Associadas através de dirigentes ou professores indicados por estas. Além disso, está acontecendo as Oficinas, as sessões de Comunicações Científicas e apresentações de Pôsteres.
Por: Telma Martes e Tereza Brazil, jornalistas ANEC
