No início do segundo dia do Seminário Nacional de Gestão de Mantenedoras promovido pela Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC) foi realizado um momento de espiritualidade com os presentes. Na ocasião, foi citado trechos da Laudato Si sobre educação. Além disso, a reflexão abordou os biomas, dos quais trata a Campanha da Fraternidade 2017.
Após este momento, o diretor do Colégio São Francisco de Assis, em Minas Gerais, e membro da comissão organizadora do IV Congresso Nacional de Educação Católica, Prof. Ari Eustáquio, fez o convite aos seminaristas a participarem também do evento que acontecerá de 19 a 21 de julho, em Belo Horizonte. Para o prof. Ari, o tema central “Educação Católica no século XXI: debater o presente para construir o futuro” é uma temática convidativa e que trará importantes reflexões devido aos acontecimentos. Além disso, no evento terá palestrantes de renome nacional, como o ex ministro da Educação, Renato Janine e o prof. Mário Sergio Cortella, autor de vários livros voltados para educação.
Na sequência, foi dado continuidade as oficinas com o objetivo de promover momentos de discussões acerca de assuntos, tais como: e-Social e a REINF, novo módulo de SPED; Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil; Gestão Patrimonial; Planejamento Sucessório; e Reestruturação de instituições de Educação. As oficinas são pensadas de maneira que os seminaristas possam participar mais ativamente das discussões, das ideias, dos argumentos apresentados, assim como na apresentação de soluções aos questionamentos e duvidas que por vezes é da grande maioria.
Para Cleber Sanche, da Associação Dehoniana Brasil Meridional, que participou da oficina “Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil” afirmou ser muito importante a oportunidade em se informar nesta área para assim orientar as equipes que estão trabalhando junto com ele. “Precisamos nos adequar as leis e fazer com que tenhamos um trabalho de qualidade e profissional, pois o governo irá cobrar cada dia mais. Eu preciso orientar minha equipe sobre o que fazer e como fazer, atento as leis que mudam constantemente”, disse. Sanche falou ainda a respeito das perspectivas para a instituição e afirmou ser preciso pensar nas estratégias de como manter a qualidade, a sustentabilidade para dar continuidade a missão de acordo com o qual foi fundada.
Para Patrícia Mara Marinho, da Instituição de Educação Santo Antônio, que participou da oficina “Planejamento Sucessório” disse ser extremamente importante esta temática, pois trabalha a continuidade institucional através dos responsáveis. Então, quando se fala do planejamento estratégico como continuidade é preciso que as pessoas estejam prontas para dar continuidade a estes planejamentos, desde a capacitação até o conhecimento. Para ela, o maior desafio é operacionalizar essa continuidade, assim como colocar em prática, abrindo mão do envolvimento emocional e assim partir para o profissional, sem abrir mão do mais importante como o carisma e a espiritualidade. “No dia que as instituições católicas souberem que no mundo de hoje a maior essência é a espiritualidade, os desafios serão apenas conciliar a profissionalização dos processos e das instituições como um todo”, reforçou.
Participante da oficina ‘Gestão Patrimonial” Ir. Marilda Cozar, da Associação da Imaculada Virgem Maria, afirmou ter sido muito bom os trabalhos em grupos, no qual puderam ouvir as experiências das outras entidades, assim como, as dificuldades e demais duvidas e, neste compartilhamento, foi possível expandir as ideias e entender a melhor maneira de como proceder na regularização de todo o patrimônio e no cuidado do mesmo.
Samuel Alves Cruz, da Associação brasileira de Educação e Assistência, participante da oficina “Reestruturação das Instituições” disse que a oficina foi uma experiência muito rica dada que o palestrante demostrou bastante experiência, inclusive na questão das instituições religiosas, dentro da perspectiva legal. “Foi abordado alguns pontos referentes ao contrato da Santa Sé com o governo brasileiro e as instituições religiosas e, sobre este assunto, se faz necessário adquirir orientações a respeito, porque muitas só mantêm a instituição religiosa, não possui a instituição civil e este repasse de informações é muito importante. No nosso caso especifico, estamos com um modelo em que a organização religiosa é a mesma que a mantenedora, na oficina fomos orientados que isto não é aconselhável, é preciso ter um grupo que seja do governo provincial/canônico e um grupo do mantenedor. Estas informações foram bem pontuais e interessantes, irei repassar para o nosso conselho provincial”, disse.
Hilda Maria M. Carbonera, do Colégio Nossa Senhora Consolata, participante da oficina sobre o e-Social e REINF disse que apesar de estar por dentro de todo o processo, pois trabalha na área contábil, o reforço nos assuntos a faz recordar informações que já tinha esquecido e traz tantas outras desconhecidas. Especificamente sobre o e-Social por ser um programa novo, em fase ainda de implantação, ainda estão tendo algumas dúvidas e dificuldades, porém ela afirma que na última revisão que foi feita irá facilitar esse processo. “ As temáticas abordadas esse ano estão bem interessantes, os palestrantes bem acessíveis, e apesar do conteúdo ser difícil estão utilizando de uma linguagem de fácil entendimento”, disse.
Antes de finalizar ainda aconteceram duas palestras. A primeira ministrada pela advogada, Drª. Vanessa Martins de Souza, que falou da importância do registro, da valorização que as marcas têm no mercado de trabalho e, na oportunidade, esclareceu aos participantes sobre a legislação e proteção judicial.
A segunda e última palestra do dia foi proferida pelo advogado da ANEC, Dr. Hugo Sarubbi, sobre “Concessão e renovação do CEBAS: Que caminhos nos esperam?”. Na ocasião, Dr. Sarubbi disse que este tema gera muita especulação e afirmou ainda que o estado tem mudado a visão em relação as Organizações da Sociedade Civil. Na oportunidade, citou alguns pontos de vulnerabilidade das organizações, tais como a escrituração contábil correta e a confusão entre a vida religiosa e o dia-a-dia das obras assistenciais estampadas no documento da organização.
O Seminário Nacional de Gestão de Mantenedoras acontece todos os anos e esta edição reuniu mais de 200 pessoas.