Foi realizado ontem (22), no auditório do Colégio Marista de Brasília, o Dia ANEC, promovido pela Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC). O evento que tem sido realizado todos os anos em diversos estados do país se encontra na sétima edição e, este ano, no Distrito Federal, teve como objetivo promover o debate sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a reforma do ensino médio e os impactos dessas mudanças para o cenário educacional, com os educadores de escolas católicas e demais colegas da rede pública e privada de ensino. O tema escolhido foi: “Base Nacional Comum Curricular (BNCC) – Possibilidades e Desafios”.
Este assunto que tem sido tão discutido nos últimos anos foi oportuno para ser abordado no Dia ANEC, pois a Associação entende que o aprofundamento e as reflexões que cercam a BNCC e a reforma do ensino médio é importante para os professores, gestores, coordenadores e demais envolvidos tirarem as dúvidas e dialogarem entre sim sobre pontos de entendimentos e divergências com o intuito de se fortalecerem na busca da qualidade acadêmica e na formação integral do aluno.
Antes de iniciar, os participantes tiveram um momento cultural, com o objetivo de celebrar a vida, a arte e a cultura com apresentação da Banda Marcial do Colégio Marista de Brasília, regida pelo maestro Flamarion.
A mesa de abertura foi composta pela membra da diretoria da ANEC, ir. Adair Aparecida Sberga, pelo secretário executivo da ANEC, Evandro Ribeiro; pelos membros do Conselho Consultivo Distrital da ANEC, prof. Guilherme Andrade, prof. Patrícia Deotti e prof. Luis Siveres; pelo presidente do Conselho de Educação do Distrito Federal e do SINEP DF, Álvaro Domingues; e pelo subsecretário da Subsecretaria de Planejamento, Acompanhamento e Avaliação da Secretaria de Estado, Fábio Pereira de Sousa.
Para o prof. Fábio Sousa o momento é bem oportuno em promover um grande debate, inclusive não deixando de fora os envolvidos, no caso os estudantes que são os que estarão diretamente ligadas as essas mudanças. Ele explicou que isso vem sendo feito nas regionais de ensino desde o ano passado, após o surgimento da Medida Provisória 746/2016. Na fala, Souza colocou a secretária de Educação a disposição para dialogar com as escolas para um trabalho em conjunto na obtenção de bons resultados educacionais. Ele acredita que para obter interesse dos alunos em estar nas escolas, é preciso fazer com que elas se tornem atrativas.
Álvaro Domingues reforçou também a necessidade do debate, pois é preciso amadurecimento nessas questões. Falou também da importância da educação privada, seja no âmbito do empreendedorismo ou da relevância social, principalmente quando se fala na empregabilidade ou na prestação de serviço, porém mais que isso, na educação oferecida. “Sabemos que nosso país padece em dar mais importância para educação, pois o mesmo está ‘chacoalhada’ e necessita dessas discussões em todos os âmbitos”, disse o presidente do SINEPE.
Os participantes contaram com palestras ministradas pela membra do Conselho de Educação do Distrito Federal (CEDF), Drª. Lêda Gonçalves de Freitas, que abordou a BNCC e seu impacto para a Formação de Educadores; pelo o coordenador geral de ensino médio da Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC), Wisley J. Pereira, com o tema “Lei do Ensino Médio e suas modificações”; e pelo coordenador da área de missão da União Marista do Brasil (Umbrasil), Ricardo Spindola Mariz, que falou sobre a “BNCC e a Lei do Ensino Médio: seu impacto para as escolas católicas”.
Prof. Lêda falou um pouco sobre o processo de construção da BNCC e disse que a prévia da terceira versão já foi criada e já se encontra no Conselho Nacional de Educação (CNE) para apreciação, revisão e considerações, porém a finalização do documento sofreu uma pausa por conta da reforma do ensino médio. Segundo ela, o processo de construção do documento teve ampla discussão pois sabe-se que para conseguir a igualdade em um país que desde o início sofre com a distinção em vários âmbitos, principalmente o educacional, tem sido bem trabalhoso. Na palestra, a professora ressaltou dentre vários pontos as políticas educacionais de maneira a garantir a qualidade na educação básica, o direto de aprender e de se desenvolver para todos os estudantes, a acolhida dos alunos na diversidade numa perspectiva inclusiva, na orientação dos trabalhos educacionais e sistemas de ensino em direção a uma maior articulação e no foco em superar a fragmentação das políticas públicas. Para Lêda é preciso estar atento para a construção de equidade, pois todos têm o direito de aprender e, este, é um dos grandes desafios, principalmente para os professores.
A BNCC impõe mudanças na educação brasileira disse prof. Wisley Pereira ao tratar sobre a reforma do ensino médio. Segundo ele, não era possível dar continuidade ao sistema curricular, era preciso mudanças imediatas. Ao explicar alguns pontos da reforma, Pereira disse que há muito desconhecimento e má interpretação do que foi colocado na MP, que é preciso melhor entendimento e que o assunto não poderia ser esgotado somente em uma noite. Wisley explanou sobre a carga horário, explicando como funcionará o tempo integral e que este ponto faz parte de uma das metas do PNE.
Prof. Ricardo Mariz afirmou que a BNCC é fundamental e uma conquista, e promover mudanças no ensino médio é muito importante, pois este é o problema mais claro, mais existente na educação, não excluído a existência nas demais cadeias da escolarização. Por este motivo é preciso pensar com mais calma toda a cadeia para que depois não haja a necessidade de uma reforma, também, no ensino fundamental.
O Dia ANEC em Brasília reuniu professores e gestores de diversas instituições da Capital.