Se ter um motivo para comemorar já é bom, imagine três. E, para começar as comemorações dos 150 anos da presença das Irmãs Dorotéias no Brasil, dos 182 anos da fundação da Congregação de Santa Dorotéia, por Santa Paula Frassinetti, na Itália, e da Unificação das Província do Brasil, nada melhor do que uma missa celebrada pelo Arcebispo de Manaus, Dom Sérgio Castriani e concelebrada pelo padre Marco Antônio (Marquinhos) na capela do Colégio Santa Dorotéia, com a participação de funcionários, pais, professores, coordenadores e cinco turmas de alunos representando o colégio.
Durante a celebração, foi lembrada toda a trajetória desde a chegada das primeiras irmãs ao Brasil, que persistiram e não desistiram dos seus objetivos mesmo com todas as dificuldades que enfrentaram durante a missão de educar e evangelizar. “Com muita coragem, entusiasmo e ousadia, as irmãs de Santa Dorotéia percorreram esse caminho da Itália ao Brasil, a pedido de Dom Manuel Medeiros. Não foi uma viagem fácil, passando um mês dentro de um barco, mas não desistiram de explorar novos horizontes. Graças a elas, hoje estamos aqui em festa, comemorando essa data que marca a chegada das primeiras cinco irmãs em Recife, há 150 anos”, disse a irmã Rosely Maria do Nascimento, representante da comunidade religiosa.
Outro motivo de celebração, como já foi dito, é a unificação de todas as províncias do Brasil, que antes eram três (norte, nordeste e sul) e agora será apenas uma, sob a coordenação da irmã Jaci Dutra Pessoa, proveniente do Amazonas. “Província é um setor onde tem uma pessoa responsável pelas escolas de uma determinada região do Brasil. Antigamente cada província tinha uma provincial, agora juntamos todas em uma só, coordenada pela madre superiora, irmã Jaci. Com isso, esperamos que a congregação cresça, aumente cada vez mais e esteja sempre presente nos lugares que precisam de evangelização”, comentou a irmã Rosely.
Presente em quatro continentes, com mais de 154 casas espalhadas por todo o mundo, a Congregação das Irmãs de Santa Dorotéia estão há 182 anos a serviço de Deus e tem como princípio a educação integral do ser humano, fato salientado por Dom Sérgio em sua homilia. “Educação é único caminho, caminho para nós tornar cidadãos do céu, cidadãos do mundo e da igreja. E nesse mundo tão individualista, tão egoísta e tão violento nós precisamos de pessoas que corajosamente deixassem tudo para ensinar e anunciar o reino de Deus para crianças, jovens e adolescentes e assim tornar o mundo um lugar melhor. Elas entenderam o verdadeiro sentido que a educação tem para todos”, disse o bispo que finalizou salientando a importância de se comemorar os 150 anos da chegada ao Brasil.
“Toda essa história, de uma grupo de mulheres que há 150 anos largaram tudo para ir para um lugar tão distante anunciar a palavra de Deus, lembra um trecho do Evangelho de hoje, que diz: quem puder entender entenda. E como entender o que levou essas mulheres a deixar a Itália, abandonar seus pais e família, por causa do reino do céus? É simples, elas trabalharam pesado e, apensar de jovens, realizaram maravilhas pois simplesmente eram felizes naquilo que faziam e faziam com vontade porque encontraram Jesus na sua vida por meio da oração e do serviço ao próximo, cuja as obras vimos até hoje, como por exemplo o Colégio Santa Dorotéia”, concluiu Dom Sérgio.
Histórico do colégio
Fundado em 7/10/1910, pela Reverendissima Madre Antonieta Montani Leoni, com a ajuda das Irmãs, Madre Maria das Dores Lira, Madre das Dores Wanderley, Madre Sofia Gomes e as das Irmãs Joana Krismancie e Romilda Caiani, o Colégio Santa Dorotéia teve como seu primeiro endereço localizado na Rua 10 de Junho, nas casas de números 239 e 241 (em frente do Hospital da Santa Casa de Misericórdia). No ano seguinte, transferiram-se para o prédio da Avenida Joaquim Nabuco, no. 1.097, onde atua até hoje.
É um colégio histórico, pois foi a primeira instituição de ensino privado no Estado do Amazonas, tendo por base em priorizar a educação de seus alunos nos valores ético-cristãos, visando promover o respeito e a valorização da vida. Possui como princípios a presença da religiosidade na vida do aluno; a realização de projetos sociais; o envolvimento da família no processo educativo; o exercício da cidadania; além de oferecer recursos didáticos; cursos de dança e escolhinha de esportes; dinamizar as aulas e investir na formação dos educadores.
De acordo com Sófia Nasser, diretora em exercício, o colégio possui todo um diferencial que trabalha não só o lado religioso mas também o social. “Já vi várias gerações sendo educadas pelo colégio que formou grandes nomes de nossa sociedade e o colégio sempre foi se adaptando e mudando para atender melhor, como por exemplo nosso trabalho missionário, uma ação social que envolve crianças, jovens e mulheres que nós desenvolvemos no Puraquequara, e a extensão do Colégio que nós temos no Parque São Pedro, com duas séries, que dão toda assistência para as crianças necessitadas” , disse a educadora com 45 anos de serviços prestados à instituição.
Por Érico Pena – Assessoria de Comunicação da Arquidiocese de Manaus