Papa Francisco reuniu-se nesse sábado( 21), no Vaticano, com os participantes do Congresso Internacional das Escolas Católicas e afirmou-se “envergonhado” perante uma “educação elitista e seletiva”.
Francisco alertou para os “vínculos entre os vários agentes que foi quebrado” e, por isso, “a educação tem-se vindo a tornar elitista e seletiva. Os que tem certo estatuto social ou econômico tem acesso à escola. Quem não o tem, não tem acesso à educação.”
Perante esta realidade o Papa afirmou sentir-se “envergonhado” porque “esta é uma realidade mundial que deixa transparecer uma ‘seletividade’ humana que, em vez de aproximar os povos, os afasta entre ricos e pobres”. Outro aspeto é o pacto entre a família e a escola, “que foi quebrado e se deve recomeçar”.
Muitos desafios são hoje colocados à educação e Francisco, perante cerca de sete mil participantes, deu o exemplo de D. Bosco, “como procurou caminhos novos” e sugeriu uma “educação de emergência”.
“É fundamental uma educação de emergência capaz de arriscar uma educação informal porque a formal empobreceu-se fruto da herança do positivismo”, afirmou.
O reitor da Universidade Católica de Salvador (UCSAL) e membro do conselho estadual da Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC) na Bahia, padre Maurício da Silva Ferreira, fala da importância que o congresso trouxe no contexto do aprendizado, “apesar da seriedade do que fazemos temos muito a aprender e também valiosas experiências para partilhar.”
Os desafios são importantes e grandes para qualquer instituição ou comunidade supera-los apenas com boas intenções, destaca o reitor. “ É preciso coragem, disciplina, paciência, planejamento e olhar confiante para o futuro. Muito tem se falado do protagonismo de todos os envolvidos, da técnica e na arte da educação como motor gerador de compromisso, criatividade e da própria missão confiada pela Igreja.”
Como dica o Papa afirmou que a educação deve andar com três caminhos: “para educar as crianças, adolescentes e jovens é preciso ser mestre na “linguagem da testa, das mãos e do coração”.
Para Francisco é urgente “ensinar a pensar, ajudar a fazer bem e acompanhar o crescimento interior. É assim uma educação inclusiva porque todos têm um lugar. Inclusive humanamente”, reforçou.
O Papa convidou os participantes, em “jeito de trabalho de casa”, a “repensarem as obras de misericórdia em contexto de educação” deixando a questão: “Como posso eu, em educação, realizar as obras da misericórdia, as obras do amor”.
Olhando para a realidade das escolas católicas Francisco deixou-lhes o desafio para irem às periferias porque “os pobres têm a experiência da sobrevivência, da crueldade, da fome e da injustiça”.
“O desafio é andar pelas periferias para os fazer crescer em humanidade, em inteligência, em hábitos, em valores para que possam dar a volta e trazer aos outros experiências que não conhecem”.
Neste encontro a ANEC esteve representada pelos membros da diretoria nacional e conselho superior que agradecem a dedicação da associação e os serviços oferecidos durante esses dias de Congresso.
Fonte: Agência Ecclesia