Diretores, coordenadores pedagógicos, pastoralistas, professores de Ensino Religioso e catequistas, representantes de diversos Colégios Católicos do Estado de Santa Catarina estiveram reunidos na tarde do dia 21 e na manhã do dia 22 de agosto, no Provincialado Coração de Jesus, em Florianópolis, durante o Fórum Catarinense de Pastoral Escolar e Ensino Religioso, promovido pela Associação Nacional de Educação Católica (ANEC) no estado de Santa Catarina. O tema do evento foi: “Pastoral e Ensino Religioso: diferenças e complementariedades”
As reflexões da tarde do primeiro dia do Fórum foram mediadas pelo Prof. José Ricardo Baptista que ajudou os participantes no processo de diferenciação entre Ensino Religioso, Pastoral Escolar e Catequese, temas estes tão importantes no ambiente escolar católico, mas que precisam ser compreendidos, valorizados e assumidos cada qual, com sua especificidade, organização, normativas, objetivos e espaços.
O Ensino Religioso Escolar, segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (9.394/1996) “é parte integrante da formação básica do cidadão (…) e assegura o respeito à diversidade cultural e religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo”. Sendo assim, este componente curricular não pode ser confundido e nem conduzido como catequese ou atividade pastoral. O Ensino Religioso tem seu objeto de estudo (o fenômeno religioso), seus eixos norteadores (culturas e tradições religiosas, textos sagrados, ritos e ethos), sua estrutura pedagógica e metodológica e, por isso, precisa ser assumido e dinamizado como área do conhecimento, aliás, como uma rica, profunda e significativa área do conhecimento.
A Pastoral Escolar foi o grande tema do segundo dia do Fórum. Nas palavras do Prof. Rodinei Balbinot, assessor deste dia, a Pastoral Escolar “é o jeito de ser da Escola Católica, é sua própria identidade” e, por isso, deve permear todas as ações pedagógicas e disciplinas do currículo. Além disso, precisa ser assumida por todos os educadores, fazendo assim com que a Escola “SEJA” em Pastoral e não, simplesmente, “tenha um setor responsável pela pastoral”. Segundo Balbinot: “Na escola católica, um currículo que busca desenvolver competências e habilidades sem a dimensão espiritual/pastoral é como um corpo sem vida, sem alma”
Para o Prof. Anerino Candido Galdino, do Colégio Santa Catarina, de Florianópolis, “O Fórum foi de grande importância para entendermos que a escola, em suas várias frentes, precisa respirar pastoral. Ou seja, a pastoral deve nortear todos os processor e projetos da escola”.
Na opinião de Valquíria Cidral, Coordenadora da Pastoral Escolar do Colégio São José, em Itajaí, “Foi de singular valor formativo participar e estar com tantas escolas com o mesmo ideal, pensando o Ensino Religioso e a Pastoral Escolar. Temos “carência” de encontros de formação como este e agradeço a iniciativa da ANEC-SC”.
Vale registrar ainda, que as reflexões deste Fórum Catarinense são “ecos” do Congresso Nacional de Educação Católica que aconteceu no mês de julho, em Curitiba e, ao mesmo tempo, expressão de comunhão e unidade com o Congresso Mundial de Educação Católica, que acontecerá de 18 a 21 de novembro, em Roma, como parte das comemorações do cinquentenário da Declaração Conciliar “Gravissimum educationis” e do vigésimo quinto aniversário da Constituição Apostólica “Ex corde Ecclesiae”, importantes documentos que norteiam a educação católica desde o Concílio Vaticano II.
Por: Ricardo Marques – Coordenador do Serviço de Pastoral Escolar do Colégio Salvatoriano N.S. de Fátima – Florianópolis e Jairo Rambo – Secretário da ANEC em Santa Catarina