Novo ministro da Educação, o filósofo Renato Janine Ribeiro, professor de ética e filosofia política na Universidade de São Paulo, é o substituto do ex-governador do Ceará Cid Gomes, que deixou o governo após um bate-boca com deputados no plenário da Câmara. A posse do novo ministro vai ocorrer em 6 de abril, segundo a Presidência.
Ribeiro é formado em filosofia pela USP, tem mestrado pela Sorbonne, doutorado pela USP e pós-doutorado pela British Library. O novo ministro da Educação, área apontada como prioritária pela presidente Dilma Rousseff em seu segundo mandato, tem ainda 18 livros publicados além de vários ensaios e artigos em publicações científicas.
Em entrevista a jornalistas, neste sábado, Ribeiro disse apenas que recebeu o convite da presidente Dilma Rousseff “com satisfação” e que fará uma “imersão” sobre os temas mais importantes da pasta, que assumirá no dia 6 de abril.
– Até lá, eu vou ter que me dedicar muito ao tema. Não vou dar declarações até a data porque se trata de um ministério muito complexo, embora eu conheça a área de educação e já tenha trabalhado no ministério antes – disse.
Ao ser questionado sobre o lema “Pátria Educadora”, lançado pela presidente Dilma Rousseff logo após a vitória eleitoral de 2014, não fez qualquer objeção.
– É uma política de governo da presidente que será mantida – afirmou.
Filósofo homenageado no campo acadêmico, Ribeiro concluiu seu mestrado pela prestigiada universidade francesa de Sorbonne aos 23 anos e, depois, o doutorado pela Universidade de São Paulo. No Ministério que agora chefia, foi diretor de avaliação da Capes, fundação do Ministério da Educação, entre 2004 e 2008. Além disso, foi membro do Conselho Deliberativo do CNPq, entre 1993 e 1997, do Conselho da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), de 1997 a 1999, e secretário da SBPC, de 1999 a 2001. Além disso, publicou 18 livros. Entre eles, “A sociedade contra o social”, ganhador do Prêmio Jabuti 2001.
Janine Ribeiro, um nome respeitado pela academia, pode reabrir os canais de diálogo entre o governo Dilma e os intelectuais, no momento em que o PT é alvo de uma escalada de ódio político. Na educação, suas ideias são consideradas arrojadas e ele defende currículos mais abertos, que estimulem a criatividade dos estudantes.
“A educação não termina no último dia do ensino profissional ou do curso superior, nem nunca”, disse ele, num artigo recente publicado no diário especializado Valor Econômico.
“Há milhares de profissões”, afirmou. “No limite, cada um cria a sua. Profissão, emprego, orientação sexual, estado civil, crenças políticas e religiosas, tudo isso se combina como um arco-íris felizmente enlouquecido. Ninguém é mais obrigado a se moldar a um pacote. Mas isso não é fácil, exige uma interminável descoberta de si e, por que não dizer, coragem pessoal.”
O novo ministro defende, ainda, um associação cada vez maior entre educação e cultura. “Cada vez mais, a educação deverá se culturalizar: um, deixando de seguir currículos rígidos; dois, tornando-se prazerosa; três, criativa.”
Fonte: Correio do Brasil